O tabagismo é uma grave ameaça à saúde. Os malefícios e as doenças evitáveis relacionadas ao tabagismo, como o câncer de pulmão, têm o cigarro como principal fator em 85% dos casos diagnosticados, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA). Além disso, o tabagismo é a principal causa de mortes evitáveis no mundo.
Adolescentes entre 13 e 15 anos já são vítimas do consumo de tabaco e produtos de nicotina em muitos países. As legislações desses países têm estabelecido novas regulamentações que restringem a atuação das empresas de tabaco, especialmente no que diz respeito à publicidade e promoção das marcas. Um dos públicos-alvo centrais dessas legislações protetoras são crianças, adolescentes e jovens, principais alvos da indústria do tabaco, interessada em garantir e ampliar seu mercado consumidor.
Tabagismo Passivo
O tabagismo passivo é considerado a terceira maior causa de morte evitável em todo o planeta. A exposição aos componentes tóxicos e cancerígenos presentes na queima do tabaco contribui para processos inflamatórios pulmonares e sistêmicos, irritação nos olhos, tosse, aumento das manifestações alérgicas, cefaleia, além de aumentar o risco de doenças cardiovasculares e respiratórias para quem está por perto.
Além disso, a nicotina presente no cigarro está relacionada ao desenvolvimento e agravamento de transtornos mentais, como depressão e ansiedade.
Bebês e crianças são ainda mais vulneráveis ao tabagismo passivo, devido ao desenvolvimento incompleto do aparelho respiratório, ao volume de compostos tóxicos inalados e ao peso da criança, que aumentam o risco. Estudos relatam que, em bebês, há cinco vezes mais chances de morte súbita sem causa aparente e, para crianças, há um risco aumentado de resfriados, pneumonia, bronquite e asma.
Dispositivos Eletrônicos para Fumar (DEFs)
Os Dispositivos Eletrônicos para Fumar (DEFs) incluem os chamados cigarros eletrônicos e os produtos de tabaco aquecido. Apresentados em diferentes formatos e sistemas de uso, esses dispositivos também contêm nicotina em sua composição. A comercialização, importação e publicidade desses dispositivos são proibidas no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), que atualizou e ampliou a fiscalização e a comunicação e educação em saúde sobre esses dispositivos através da RDC 855, de 19 de abril de 2024.
Devido ao design exótico e à ampla divulgação desses produtos, o público jovem é facilmente atraído, constituindo a maior parte dos usuários. Dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2019 mostraram que aproximadamente 1 milhão de pessoas no país utilizavam esses dispositivos, sendo que 70% tinham entre 15 e 24 anos.
Um mito que tem sido fortemente disseminado sobre o uso desses produtos é de que o aparelho seria menos prejudicial que o cigarro tradicional. Entretanto, evidências coletadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) comprovam que os riscos são tão grandes quanto. Entre eles, estão a forte dependência, emissões tóxicas similares às dos cigarros convencionais e maior probabilidade de desenvolvimento de doenças pulmonares, cardiovasculares e câncer.
Tratamento pelo SUS
O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece tratamento gratuito na Atenção Primária e em Centros de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas Adultos (CAPS AD) para quem deseja parar de fumar. Para ter acesso ao tratamento, é necessário levar um documento de identidade a uma Unidade Básica de Saúde (UBS) e se inscrever no Programa de Cessação de Tabagismo.
O atendimento inclui desde a avaliação clínica com os profissionais de saúde até a terapia medicamentosa, quando necessário. Nos encontros semanais, são avaliados pontos como: o que leva o usuário a fumar, o nível de dependência da nicotina e a eventual existência de comorbidades. O paciente também é constantemente conscientizado sobre os riscos do consumo do cigarro, os benefícios de parar com o hábito e como prevenir recaídas.
Fonte: M.S.
Coordenadoria de Controle de Doenças SP
